Ah! Como é bom tirar uma prosa. Conversar com os amigos, trocar ideias, ficar sentado no estilo cidade do interior, na varanda, naquela cadeirinha de madeira reclinada, conversando com aquela pessoa que você acha legal. É muito bom, principalmente, nos dias de sexta, sábado ou domingo. São os melhores dias, disparado, para fazer isso. Passa-se o tempo e ainda por cima faz-se novas amizades.
Melhor ainda quando se conversa com aquela pessoa do seu trabalho. Os dias da semana são tão puxados, às vezes, que não se conversa direito com a pessoa. Aquele sujeito que sempre está ali, disposta a ficar horas dialogando, sem ao menos se queixar. É como cidadezinhas do interior de Minas Gerais, mesmo. Todos se conhecem. Todos são “Seu” algo ou “Dona” algo. É sem dúvida muito gostoso.
Sabe-se que este momento é apenas para as horas de lazer. Poucos se atrevem a fazer isto em serviço. Primeiro, para não se prejudicarem. Segundo, para que não haja mal-entendido. Entretanto, parece que um jogador de basquete do Brasil, o ótimo Thiago Splitter, resolveu trocar um “lero” com seu parceiro de NBA, em pleno jogo de pré-olímpico de basquete, que acontece na Argentina. O Brasil não participa das Olimpíadas há anos e os jogadores querem voltar a disputar, mas Splitter não ficou muito preocupado quanto a isso.
Em pleno jogo contra a República Dominicana, o pivô brasileiro se esquece do jogo e começa a conversar com Al Horford, simplesmente o melhor jogador da seleção adversária: – E aí, Al. Como vai? – Cara... vou bem, mas preciso levar minha seleção para as Olimpíadas. – Nem fala. Também tenho. Estamos na pior. – Pois é. Por isso vou fazer estes dois pontos aqui, pra aumentar nossa vantagem contra vocês. – Rá rá! Não deixarei! – Mas você sequer está me marcando. – Ora, Al. Eu sou displicente. Não preciso te marcar. Arremesse e eu duvido que acertes. – Ok. Lá vai.
E lá se foi a bola arremessada pelo forte ala dominicano. Como de costume, do seu local preferido para arremessar, Horford acerta a cesta de forma certeira. Splitter não esboçou qualquer tipo de reação. Não levantou as mãos para tentar bloquear ou atrapalhar o arremesso. Não pressionou. Não ficou de perto marcando. No entanto, trocou uma bela prosa com seu companheiro, Al.
O fim da partida chegou e com ela a desolação, afinal o Brasil perdera. O placar anotava 79 pontos para a República Dominicana e 74 pontos para o Brasil. Em uma noite de mais um jogo ruim da seleção, os comandados do ótimo técnico argentino Rubén Magnano saíram derrotados.
Observação: Um dos princípios básicos do basquete é uma defesa forte, consistente e eficiente. Não se precisa de um ataque feroz e rápido para vencer um jogo, mas sim uma defesa competente. O Brasil saiu derrotado desta vez e, mais uma vez, jogando mal, assim como Venezuela e Canadá, as quais terminou o jogo como o vencedor. Jogando mal e vencendo, já não é das melhores coisas. Jogando mal e perdendo... é hora de colocar a mão na cabeça, conversar menos e agir mais.